Maputo

Nesta viagem que junta territórios de dois países, é incontornável falar de Maputo. Capital de Moçambique e situada no extremo sul do país, muito perto da África do Sul, esta cidade é, como todas as capitais, um local onde a vida é muito agitada.

Para os portugueses esta cidade está muito próxima do coração, pois a história de Portugal e Moçambique está entrelaçada e, ainda hoje há muitos portugueses a viver em Maputo, tal como há muitos moçambicanos de Maputo a viver em Lisboa.

É uma relação muito próxima – nem sempre harmoniosa - desde o século XVI, altura em que Maputo, então chamada Lourenço Marques – servia de entreposto português na zona do Índico.

O domínio português na região durou ao longo de muitos séculos – a independência só aconteceu em 1975 - o que necessariamente fez com que ainda hoje, aqui, se encontrem muitas influências portuguesas, a começar pela língua.

Não sendo uma cidade perfeita - será que alguma o é? - Maputo é uma capital especial sobretudo pela sua cultura rica e pelo seu povo afável que, com mais ou menos dinheiro, vivem a vida sempre com um enorme sorriso.

Para sentir a cidade e as suas vibrações, o melhor é sempre passear a pé e com calma para ir descobrindo as surpresas que ela reserva em cada esquina, mas deixamos-lhe algumas sugestões que, certamente, vão ajudar a orientar-se e a aproveitar melhor o tempo.

Por toda a cidade estão presentes indícios e vestígios de arquitetura colonial, mas há um edifício em particular que não passa despercebido, e que, por isso, se tornou icónico: a Estação do Caminhos de Ferro de Maputo.

Esta estrutura imponente do início do século XX, desenhada pelos arquitetos portugueses Alfredo Augusto Lisboa de Lima, Mário Veiga e Ferreira da Costa, (não por Gustave Eiffel a quem, várias vezes, é erradamente atribuída a sua autoria), foi considerada, em 2009, como uma das estações de comboio mais bonitas do mundo, pela revista Newsweek. É bem verdade, por isso, se por lá andar, vale a pena visitar!

Não muito longe, a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição é hoje a casa do Museu Militar. A sua história é longa e cheia de episódios que se sobrepõem, mas nos anos 40 do século XX foi reconstruída, e foram vários os vestígios encontrados das várias passagens e presenças ao longo dos séculos.

Um dos mais antigos data de 1666 – ano inscrito numa lápide durante a administração dos portugueses, mas depois disso há diversos marcos de presenças várias, como a dos neerlandeses, dos ingleses, dos franceses, enfim...

Sobre a história contemporânea, a Praça da Independência é um local ao que vale a pena ir, pois assinala o momento histórico em que Moçambique se tornou, finalmente, independente. Aqui encontra uma estátua de Samora Machel, herói da independência, que chegou mesmo a ser Presidente do país, e a Câmara Municipal da cidade.

Se prefere outras atrações de índole menos política e histórica, recomenda-se um passeio e visita à Casa de Ferro – essa sim, assinada por Eiffel, um edifício singular que pode ser visitado, e que está ao lado do Jardim Botânico de Tunduru, um local muito agradável para dar um passeio e descobrir os seus cantos e recantos.

Para mais agitação, o local a visitar chama-se FEIMA, e é a Feira de Artesanato, Flores e Gastronomia de Maputo. Neste mercado a céu aberto encontra tudo e mais alguma coisa – cores, sabores, aromas, sons, alegria, emoção! É uma experiência e tanto passar por lá e descobrir tudo o que ali existe. Das fantásticas capulanas coloridas, à bijuteria, artesanato, acessórios, aos petiscos típicos como o caril de camarão e frango à zambeziana, tudo ali é atrativo, divertido e muito saboroso!