Xangai e Suzhou

Xangai

Da conjugação de dois caracteres, em que o primeiro – shang - significa sobre, ao alto; e o segundo – hai – mar, no mar; resulta o nome Shanghai ou, em português, Xangai que significa cidade sobre o mar. Um título desde logo indicativo da sua relevância geográfica enquanto ponto de comércio.

Contudo, em pleno século XXI, Xangai é muito mais do que uma cidade-porto ou um ponto de comércio; é a cidade com maior densidade populacional da China e o centro financeiro do país, com uma enorme importância a nível mundial.  

Uma vez nesta cidade, prepare-se: a sua noção de escala vai mudar, tanto em altura, como em extensão, como em quantidade de pessoas, como em luz e brilho, frenesim, movimento, tudo! É que, aqui, tudo é mais ou maior do que alguma vez já viu ou imaginou. E, por isso mesmo, é tão espetacular e maravilhosamente inesquecível!

Assim, antes de partir para outras cidades mais pequenas ou periferias rurais, absorva tudo o que Xangai tem para lhe oferecer, e que é muito: de dia e de noite, do mais moderno e sofisticado que há; com uma cidade feita de luzes e arranha-céus, com o ambiente cosmopolita de Pudong; e, ao mesmo tempo, do lado de Bund, uma cidade ribeirinha, com um ritmo mais calmo e muito charme, onde não falta o encanto dos edifícios, ora coloniais, ora tradicionais. Uma zona histórica, a não perder.

Entre uma margem e outra, o rio Huangpu proporciona vistas panorâmicas para os dois lados da cidade, e um passeio que revela, desde logo, a magia da China, feita de realidades opostas e simultâneas; um mundo onde se está constantemente em duas eras; no passado e no futuro.

Desta forma, se quer viajar ao futuro, não deixe de visitar a Pérola do Oriente, que é como quem diz a Torre da Televisão, um miradouro cheio de surpresas, com vistas soberbas da cidade, ou o Shanghai World Financial Center que, com 492 metros de altura, é o mais alto edifício da cidade; a Praça do Povo, que é o centro administrativo de Xangai, e o local onde se situam diversos edifícios modernos e um enorme parque com jardins, cafés e, até, parque de diversões; ou de fazer uma viagem de Maglev, um comboio de levitação magnética, isto é, que não anda sobre carris, pois flutua, e que atinge uma estonteante velocidade de 431 quilómetros/hora!

Por outro lado, se prefere regressar ao passado, comece por visitar o Jardim Yuyuan onde pode passear com muita calma e tranquilidade por entre uma vegetação frondosa, belíssimos lagos e pavilhões tradicionais. É de uma enorme beleza e harmonia! E se gosta de fazer compras ou procura um souvenir, ainda dentro do parque tem o Mercado de Yuyuan onde não faltam lojinhas com artesanato e peças de arte. Não muito longe, o Templo do Deus da Cidade é um templo taoista ativo que tem toda a estética e ambiente da China tradicional.

Suzhou

Também não muito longe – porque 100 quilómetros na China não é uma distância muito grande – vale a pena visitar Suzhou, a ‘Veneza do Oriente’.  

Esta cidade muralhada é verdadeiramente um mimo! Cheia de canais, jardins e pagodes, pode visitar-se a pé, de bicicleta ou, claro, barco, e sentir um estilo de vida menos acelerado e mais tradicional. Um passeio imperdível!

Se gosta de passear, de natureza e jardinagem, aqui vai ficar de queixo caído! Com quase 70 jardins e parques, Suzhou tem diversos jardins Património Mundial da UNESCO, não só pela antiguidade – o mais antigo data do século XI – como sobretudo pelo esmero com que foram criados e cuidados.  

Nada ali foi posto ao acaso, e desde as pedras, às árvores, flores e arbustos, cursos de água ou pavilhões, é um deleite para os olhos ver e passear por estes harmoniosos jardins.

Dos muitos, muito bonitos e especiais, destacam-se três: o Jardim Liuyuan (também chamado Lingering Garden), dividido em quatro áreas temáticas – norte, sul, este, oeste - onde não faltam árvores, arbustos, água, flores, paisagens e recantos belíssimos, onde se pode ainda assistir a duas formas de música tradicional, a Pingtan e Guqin; o Master of the Nets Garden que é um exemplo da arte da jardinagem chinesa, que combina magnificamente noções de contraste, dimensões, folhagens, profundidade e beleza; e o Jardim do Administrador Humilde, que foi o primeiro a ser reconhecido e ganhar fama. Aqui não faltam os lagos de carpas, pavilhões tradicionais com nomes excecionais – Ilha Perfumada, o Salão da Fragrância Distante, entre outros; pontes, recantos, abrigos e muitas árvores, arbustos, flores, bambu.  

Se ainda tiver tempo para compras, as sedas e artes artesanais da pintura e caligrafia chinesas são souvenirs obrigatórios deste ponto do globo.

Mas estas são apenas algumas, poucas, sugestões. Xangai e Suzhou são tudo isto e muito, muito mais, e de tal forma que permite que cada um conheça as cidades de forma diferente, mas sempre memoráveis.