São Tomé e Príncipe

Ilha de São Tomé: mergulhar no mar em pleno inverno

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O ano começa quase sempre com alguns objetivos comuns: entre procurar um estilo de vida mais saudável e aproveitar mais a vida, há algo que nunca falha… Marcar uma viagem inesquecível.

Por isso mesmo, hoje trago-vos como sugestão um lugar mágico, para onde podem fugir agora mesmo, e sempre que o inverno português se tornar mais rigoroso ou sentirem saudades de um mergulho no mar. Sim, porque as temperaturas médias anuais estão entre os 22° e os 31° e a água do mar nunca vai abaixo dos 24°.

Hoje levo-vos comigo à descoberta de São Tomé, um paraíso no centro do mundo, justamente na linha do Equador, que é a maior ilha do arquipélago de São Tomé e Príncipe. Viajamos juntos? Vamos lá!

Posso partilhar convosco que, além da paisagem maravilhosa, da água cristalina e da natureza absorvente houve algo de muito especial que senti quando visitei estas ilhas: um estado de absoluta leveza e tranquilidade, que talvez resulte da forma leve e simples com que as pessoas encaram a vida por lá. Ou não fosse o seu mote “leve-leve”, que mais não é do que “sem stress”.

E mais, consegui passear tranquilamente por São Tomé sem me cruzar com o turismo massificado que muitas vezes encontramos nestes destinos de praia, o que faz dele o destino ideal para nos conectarmos com o que realmente importa: a natureza no seu estado mais puro e a alegria contagiante das pessoas.

Mas os seus encantos não se ficam por aqui... Esta é a terra em que tudo cresce efloresce, que sabe a corvina e a espadarte, a sardinha e peixe fumo, que sabe a búzios, moqueca, mandioca, banana pão, maracujá, jaca, papaia e muito mais! Sabe à frescura do mar e ao doce das árvores. Tudo é fresco, local e delicioso.

Em termos de experiências, tive algumas imperdíveis, como a visita às roças, mas vou deixar-vos algumas sugestões concretas sobre o que visitar em cada uma das ilhas, para aguçar um bocadinho mais a vossa curiosidade sobre este destino.

 

A memória histórica e paisagens de filme

Saindo da cidade de São Tomé rumo ao norte, dei um saltinho ao Memorial dos Heróis da Liberdade de São Tomé, que presta homenagem às vítimas do Massacre de Batepá. Este é considerado o episódio mais doloroso da história de São Tomé e Príncipe, o momento fundador do nacionalismo são-tomense, visitá-lo é sentir o poder da história que, mais de 70 anos depois, ainda persiste.

Segui caminho passando pela Praia do Governador, a dos Tamarindos e a Lagoa Azul. Um mergulho – pelo menos – em cada paragem seria a minha sugestão, mas como é tudo tão belo e convidativo acho que nem preciso de sugerir.

O caminho faz-se numa das estradas mais bonitas do mundo até ao Túnel de Santa Catarina onde a paisagem, com palmeiras e coqueiros a envolver a estrada, é qualquer coisa do outro mundo. Sentimos um misto de pequenez e privilégio únicos, sabem? É muito bonito!

Por fim, neste lado da ilha recomendo que passem na cidade de Neves e que provem uma bela santola acompanhada de uma Rosema – a cerveja local – pão torrado e banana frita. Ps: não me responsabilizo por eventual crescimento de água na boca!

O paraíso dos amantes de café

Seguindo a rota central é obrigatório visitar a Roça Monte Café que é, desde sempre, a zonada ilha mais favorável à cultura do cacau e do café, arábica e robusta. Aqui visitei o Museu de Café e, claro, fiz uma degustação – que soube pela vida, por sinal –para ganhar energia para o que seguiu.

E o que é, perguntam vocês? É a Cascata de São Nicolau, com cerca de 20 metros de altura e o Jardim Botânico do Bom Sucesso, que é a porta de entrada no Parque Natural Obô, onde encontramos espécies raras imperdíveis e a Lagoa Amélia. A beleza envolvente é de ficar sem fôlego.

Terminei na Roça Saudade com uma refeição deliciosa na Casa-Museu Almada Negreiros, mesmo ali ao lado, acompanhada de uma tempestade tropical. É um cenário normal na ilha, com chuva abundante e trovoada que rasga o céu e entoa pelos vales, mas é passageiro e dá ainda mais encanto à imensa paisagem do parque natural Obô.

 

Na rota das Roças com o mar sempre em pano de fundo

Rumei ao sul da ilha, num passeio que é rico em paisagens, praias, cascatas e, claro, passando pelas roças como check point obrigatório.

Situada à beira-mar e não muito longe da capital, visitei a Roça Água-Izé, uma das mais importantes da história de São Tomé cujo proprietário original foi o responsável por introduzir os primeiros grãos de cacau e café na ilha. Hoje, serve de habitação à comunidade local, que vive essencialmente da agricultura, pesca, criação de gado e turismo. E fomos tão bem recebidos pelos locais, que nos abriram as portas de casa e nos trataram como família, que acabámos a tirar fotografias com as mais novas da casa, as meninas que vimos assim que entrámos, perdidas entre vernizes e penteados, junto à janela por onde se pode vislumbrara paisagem verdejante com o mar ao fundo. Foi uma experiência única e muito autêntica. Adorei!

Outra roça importante é a de São João dos Angolares, um projeto social maravilhoso, que é também o restaurante do chef João Carlos Silva, e que dá formação e trabalho a vários jovens locais. Aqui pude provar o menu degustação de produtos maioritariamente autóctones que estava divino. Esta região sabe bem de todos os pontos de vista.

 

Visitar o centro do mundo e mergulhar no paraíso

Seguimos caminho e cada curva da rota põe a descoberto uma nova paisagem ou uma nova praia que nos faz parar o carro para dar um mergulho nas águas quentes: a Praia das 7 Ondas, a de Micondó ou a cascata de Praia Pesqueira. Foi daquelas viagens em que me senti livre e em casa, como se pertencesse aqui.

Seguimos pela Estrada Nacional 2 e vemos o Pico Cão Grande a surgir no horizonte, pouco tempo antes de furarmos um pneu. Azares que acontecem em viagem e que, neste caso, nos fez parar 1 hora na localidade de Porto Alegre, sem oficinas próximas, mas com uma comunidade sempre disponível que nos ajudou sem que precisássemos de pedir. Os miúdos encantam-se com tudo o que temos e dão-nos vontade de desprender de qualquer bem material e de lhes oferecer tudo. Fi-lo com os meus óculos de sol, que chamaram a atenção de uma menina de 4 anos. Devolveu-me o maior sorriso do mundo e senti que estava tudo um pouquinho mais equilibrado assim.

Pneu trocado e chegámos finalmente à Praia Inhame que é um verdadeiro oásis, enfim, só mais um.

Daqui visitei outro ponto que já é da praxe: o Ilhéu das Rolas, com subida ao Marco do Equador, onde podemos ter um pé em cada um dos hemisférios.  A travessia para o ilhéu foi mágica porque fomos literalmente guiados por uma enorme tartaruga e recebidos por uma comunidade muito hospitaleira, como já é hábito por estas bandas.

O plano era um picnic na praia, mas os climas tropicais são incertos e acabámos a almoçar um dos melhores peixes que comi na vida, acabado de pescar, no terraço de uma habitação de uma família local, abrigados da chuva torrencial. Saímos do Ilhéu de regresso ao Inhame, não sem antes darmos mais um mergulho noutra praia paradisíaca.

Se também vêm encanto na natureza, nas pessoas e nas praias que esta ilha tem para oferecer, marquem a vossa escapadinha à medida a São Tomé com a Agência de Viagens Know To Go e mergulhem neste sonho insular que cheira a floresta e a fruta, a café, canela e baunilha.